As recentes chuvas provocaram uma mudança drástica na situação da água em Espanha, com os reservatórios a recuperarem mais de 4 300 hm³ e um aumento do excedente de precipitação em 18 pontos, de acordo com a AEMET. Embora este alívio seja essencial para a recarga dos aquíferos e a recuperação dos ecossistemas, o impacto no solo e na vegetação, especialmente nos matagais, é complexo e apresenta tanto benefícios como desafios.
🌱 Efeitos positivos no solo e nos matos
– Recarga de aquíferos e zonas húmidas: A infiltração de água no solo contribui para a regeneração de nascentes e aquíferos subterrâneos, fundamentais para a estabilidade ecológica.
– Revitalização da vegetação: A disponibilidade de água favorece o crescimento de matos e outras espécies autóctones, reforçando o seu papel no sequestro de carbono e na conservação da biodiversidade.
– Aumento da cobertura vegetal: A precipitação pode facilitar a expansão dos matos, ajudando a fixar o solo e a reduzir a erosão em zonas de alto risco.
⚠️ Riscos associados a chuvas intensas
– Erosão e perda de solo fértil: Em zonas onde a vegetação não é suficiente para amortecer a força da água, as chuvas intensas podem causar deslizamentos de terras e perda de nutrientes essenciais.
– Aumento do risco de incêndio no verão: O crescimento acelerado da vegetação devido à precipitação pode levar a uma grande acumulação de biomassa seca no verão, aumentando o risco de incêndios florestais.
– Competição entre espécies: O excesso de água pode favorecer algumas espécies invasoras, deslocando a vegetação nativa e afectando o equilíbrio do ecossistema.
A importância de uma gestão sustentável
A fim de maximizar os benefícios destas chuvas e reduzir os seus impactos negativos, é crucial apoiar projectos sustentáveis de recuperação e gestão do solo e da vegetação. Iniciativas como o LIFE Scrubsnet trabalham na recuperação de matos no montado, ajudando a fixar o solo, a absorver água e a melhorar a resiliência do ecossistema face a estas alterações climáticas extremas.
A água é um recurso fundamental, mas a sua gestão deve ser estratégica para garantir solos saudáveis e biodiversidade no futuro.